Yes, nós temos amoras!


Quando nós chegamos aqui em agosto do ano passado, tinha essa árvore meio esquisita no jardim. Não demos bola para ela, mas vimos que muita gente tem árvores assim. Ela é bem grande e está bem na frente da casa (aparece em muitas fotos que tiramos da casa e da vista da sala, e que estão espalhadas pelo blog).

Aí as folhas caíram e tudo por aqui só começou a brotar de novo em maio. Aliás, no Brasil a gente está acostumando com aquele ciclo meio perpétuo das plantas: elas estão sempre com algumas folhas novas nascendo, as flores nem sempre aparecem todas de uma vez, etc. Mas aqui as plantas ficam congeladas durante uns 4 ou 5 meses, então elas têm pouco tempo para fazer todo o resto. Parece que estamos vendo aqueles programas do National Geographic Channel, quando eles resumem uma estação inteira em alta velocidade: as folhas desabrocham e crescem absurdamente rápido, logo abrem todas as flores que a planta é capaz de sustentar, soltando pólem para todo lado, e milhões de frutos. Planta, para sobreviver aqui, tem que ser altamente eficiente!

Bom, o fato é que a tal árvore ficou cheia de folhas e vimos que estava povoada de passarinhos. São vários, mas os donos do pedaço são os robins. Foi quando percebemos um monte de frutinhas brancas. Na semana passada eu fui tirar várias fotos do jardim e constatei que é uma amoreira. A foto lá de cima, com o robin no topo, e esta da esquerda, tirada de baixo da copa da árvore, são da semana passada. Já dá para ver a quantidade de frutas, mas estavam todas verdes.

Falamos com a Jane e ela disse que já cansou de comer amoras e não gosta muito de doces e geléias, então podemos pegar tudo o que quisermos.

Há dois dias, ela bateu na nossa porta e avisou: a grama está coberta de amoras maduras. Aproveitem para pegar, pois estão caindo e os passarinhos estão fazendo a festa.

Hoje fui lá fora com um pote médio. Realmente, o chão estava forrado de amoras. A árvore também está carregadíssima. Acho que 1/5 das frutas ainda está verde.

Só com o que comecei a recolher do chão -- selecionando só as bem madurinhas e inteiras -- logo enchi o pote. Peguei então outro, maior, e fui catando do chão e dos ramos. E logo enchi o segundo pote também. É amora que não acaba mais!

No final eu já estava cansada de catar, então segui o conselho da Jane e dei umas sacudidas nos galhos, com o pote embaixo. Era uma chuva de amoras (algumas me acertaram, uma inclusive entrou pela camiseta). Acabei ligeiramente manchada de azul... Segundo a Jane, o melhor método é forrar o chão com um lençol velho e sacudir a árvore toda. Não duvido, mas não temos lençol velho, então vai na mão, mesmo.

O que ainda tem na árvore, considerando que eu só alcanço a metade inferior da árvore e que a maioria das frutas ainda não está madura, deve dar umas 10 vezes o que eu catei. Já estou programando geléias e caldinhas para pôr em panquecas e cheesecake.

Confesso que está páreo duro escolher a melhor estação do ano aqui. É difícil competir com a quantidade de frutas grátis que encontramos por aqui, com as flores, com as lavandas que crescem feito mato... Acho que vou declarar empate. Por sorte cada estação dura uns 3 meses, então tem muita variedade. Vou ter que ficar mais alguns anos aqui para explorar um pouco mais cada uma...

Comentários

Anônimo disse…
Inveja!!!!!!!!

;)))

Come um montão de amoras aí por mim, viu???
Melissa disse…
Faz uma bela duma sangria com elas, Carol. As amoras nasceram para a sangria, não para o cheesecake.
Bianca Bold disse…
Nasceram para a caipiroska :P
Ih...

Bom, parte delas foi comida ao natural, parte virou recheio de panqueca e o resto virou geléia.

Explicação 1: a idéia da sangria é boa, mas ela pressupõe o acesso relativamente fácil a vinho barato, coisa que não existe por aqui (nem o acesso fácil nem o vinho barato...)

Explicação 2: alguém aqui em casa diria que caipirinha de amora, ainda mais feita com vodca, não é caipirinha... Eu, particularmente, sou mais a favor da geléia.

Daqui a pouco vem mais um lote (a Jane está me pedindo para colher mais, a grama já está preta de tanta amora) e aí penso de novo no que fazer com elas.
Gus disse…
Caramba, Bianca, tudo com você vira mé!! Estamos falando de geléia, doce, cheesecake, e você só pensa em álcool...
Anônimo disse…
Bom, quem não votou pela cheesecake da Carol, é porque ainda não provou a cheesecake da Carol.

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