Vida de carteiro canadense
(Esta é em homenagem ao meu querido sogro.)
Sujeito de meia idade, pançudinho, bochechas vermelhas, estaciona o carro -- um desses de médio porte, acho que japonês, sem nenhuma indicação de ser de propriedade dos correios -- rigorosamente do lado da nossa casa. Desce do carro trajando calça azul marinho e camisa azul clara, dá a volta vagarosamente, abre o porta-malas. Retira meia dúzia de envelopes e sai andando pela vizinhança. Cumprimenta todo mundo. A cada vez que cruza com alguém, para e bate um papinho. Anda devagar. Entra em cada portãozinho de cada casa e deixa cartas na caixinha, conferindo muito bem cada envelope. Após cobrir um ou dois quarteirões, volta para o carro. Abre o porta-malas e retira mais meia dúzia de cartas. Sai andando vagarosamente em outra direção.
E por aí vai. São algumas horas, todo santo dia, que o carro fica parado aqui do lado enquanto o pançudinho caminha alguns quarteirões com meia dúzia de envelopes na mão, puxando conversa com o bairro todo.
Fico me perguntando quanto será que ele ganha.
Sujeito de meia idade, pançudinho, bochechas vermelhas, estaciona o carro -- um desses de médio porte, acho que japonês, sem nenhuma indicação de ser de propriedade dos correios -- rigorosamente do lado da nossa casa. Desce do carro trajando calça azul marinho e camisa azul clara, dá a volta vagarosamente, abre o porta-malas. Retira meia dúzia de envelopes e sai andando pela vizinhança. Cumprimenta todo mundo. A cada vez que cruza com alguém, para e bate um papinho. Anda devagar. Entra em cada portãozinho de cada casa e deixa cartas na caixinha, conferindo muito bem cada envelope. Após cobrir um ou dois quarteirões, volta para o carro. Abre o porta-malas e retira mais meia dúzia de cartas. Sai andando vagarosamente em outra direção.
E por aí vai. São algumas horas, todo santo dia, que o carro fica parado aqui do lado enquanto o pançudinho caminha alguns quarteirões com meia dúzia de envelopes na mão, puxando conversa com o bairro todo.
Fico me perguntando quanto será que ele ganha.
Comentários
O carteiro aqui da minha vizinhança não parece estar sofrendo nem um pouco, o que confirma essa idéia de vida mansa (que os carteiros de Rio e SP não têm). E ganhando em dólar, e vivendo no primeiro mundo, eu acho bem mais interessante...
Ah, eu nunca sacanearia meu querido sogro aqui. Ele é um amor.