Zero graus no parque

(Carol e seu fascínio pelo outono reportando novamente)

Domingo de sol, céu azulíssimo, quase zero graus (um ou dois abaixo), saí para caminhar no parque. Fazer exercícios com zero graus é uma delícia. O corpo esquenta só um pouquinho e se a gente fica parado dá frio, então o gostoso é continuar.

Mesmo ao meio-dia, o sol está inclinado, ressaltando as cores e as sombras. Quase todas as árvores estão carecas e o chão é um colchão de folhas. Nos galhos secos, lá no alto, bolinhas de pêlo -- vulgos esquilos -- comem e dormem, agora expostos pela falta de folhas. Os chorões ainda têm muitas folhas, que caem o tempo todo numa chuvinha de confetes. Na sombra, há orvalho congelado e algumas poças têm uma finíssima camada de gelo por cima.

Podem dizer o que quiserem da beleza abundante e colorida da primavera e do verão, mas esta sensação de espera, este nem lá nem cá em que o verde ainda resiste com suas últimas forças e o frio gelado ainda não conseguiu se instalar, é de uma beleza melancólica difícil de expressar.

Bendito celular com câmara e 4Gb de memória. Estas foram algumas das minhas impressões de agora há pouco. (Clique para ampliar a foto.)

Raios de luz no riacho.

Uma escada canadense.

Gelinho.


Meu esconderijo sumiu.

Escadas e sombras longas.

Os pinheiros parecem ainda mais verdes.

Homenagem ao Escher.

Chuva de folhinhas de chorão.

Um esquilo sem grilo dorme nas alturas.

Derramamento de folhas.

Nem todas as árvores renascerão na primavera.

Comentários

Anônimo disse…
Minha cara Carol, você escreve muito bem, mas muito bem mesmo. Dá quase para ver o que você sente! E o outono, assim, deve ser uma delícia...
Sou fã do seu blog!
Obrigada!

Olha só, vou fazer uma pergunta boba. Quem é você que assina "Miss Daisy"? Ainda não associei o pseudônimo à pessoa...

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