Serviços e presentinhos

Adoro ganhar presentinhos. E a turma aqui faz isso muito bem. A turma, digo, os comerciantes. É cupom pra cá, promoção pra lá. No supermercado, outro dia compramos queijos e ganhamos uma baguete. Esse tipo de coisa.

A Rogers, na qual temos planos de celular e internet, passou este ano todo "agradecendo a preferência" da clientela, agora que não há mais monopólio de empresas de telefonia aqui e a concorrência começou de verdade. Eu já contei que melhoraram bastante nosso plano de celular pagando menos do que antes, por exemplo.

Recentemente, nos mandaram um e-mail dizendo que poderíamos escolher um presentinho de fim de ano. Dentre as opções, escolhemos um pen drive de 2 Gb, que chegou há poucos dias. Fotografei a versão francesa do cartão que veio junto, porque achei mais engraçadinha:


Não sei se sou eu que sou boba ou o quê, mas esse tipo de surpresinha me deixa feliz da vida. Eu espero que o comerciante seja honesto e preste um serviço decente. Não estou preparada para, além disso, ganhar presentinhos. Que nem a tal baguete: voltamos felizes da vida com ela e com muito mais queijos do que precisaríamos, e achamos a baguete deliciosa.

Olhando assim, parece tão simples deixar o cliente feliz, fazê-lo gastar mais e ser mais fiel a você, que fico me perguntando por que no Brasil a gente volta e meia tem que esganar alguém para conseguir um serviço bem feito.

Voltando à Rogers, hoje precisamos de verdade do suporte técnico deles, pois a nossa internet pifou pela primeira vez em um ano e meio. Ela já tinha dado umas piscadinhas nos últimos dias, até que hoje às 14h apagou de vez.

Passados uns 15 minutos, liguei para a Rogers. Expliquei o problema, segui os procedimentos básicos de tirar e pôr o cabo, desligar e ligar o modem, nada. O cara me passou para outro setor para agendar uma visita. Fiquei ouvindo musiquinhas e repetindo um mantra para me preparar para o pior e não me estressar (as lembranças da Vírtua ainda são muito recentes). Aí voltou o atendente pedindo desculpas pela demora. Disse que iria me passar para outro setor para tentar agilizar.

Me atenderam logo, perguntaram preferências de horários. O dia todo, tanto faz. Para minha surpresa, ele disse que alguém poderia vir hoje mesmo. Maravilha. Perguntou se eu preferia das 14h às 17h ou das 17h às 20h. Eram 14h30. Escolhi a primeira faixa de horário. O moço disse que o técnico ligaria quando estivesse a caminho.

Desliguei e fui informar ao Gus que o técnico viria hoje mesmo, quando tocou o telefone. Era o técnico dizendo "Estou chegando." E, 5 minutos depois, chegou mesmo!

De duas vans grandes, vermelhas, com luzes giratórias laranja e escadas em cima (quase um caminhão de bombeiro), saíram dois ninjas com coletes refletores. Entraram e saíram, com uns aparelhinhos com botões e outros que apitavam, tipo aqueles apetrechos dos Ghostbusters.

Descobriram um problema na entrada do cabo do lado de fora da casa, consertaram. Depois um deles ainda voltou porque a conexão continuava instável, então ele trocou o modem. Fiquei com o celular dele, que trabalha sempre nesta área e disse que se houver qualquer problema basta ligar que ele vem no mesmo dia.

Três e pouco da tarde, a internet está normal de novo.

E isso porque os serviços aqui são notoriamente ruins. Isso mesmo: falta mão de obra, então todo mundo reclama de que tudo é lento e ineficiente.

E por falar nisso, me lembrei de mais uma: semana passada fomos de novo no delicioso Kalendar com a Erika e o Rafa. No fim, ao verificar a conta, o Gus notou que só veio registrada uma taça de vinho, mas ele tomou duas. Chamou a garçonete e disse que estava faltando uma taça de vinho na conta. Ela agradeceu e logo respondeu: "Como você me avisou, não vou cobrar." Ué, não faz sentido. A gente te avisou justamente para você pôr na conta. A gente quer pagar por ela. "Eu sei, muito obrigada. Mas, justamente porque você está querendo pagar por ela, eu não vou pôr na conta." Agradecemos e pagamos uma taça de vinho a menos.

E bem na véspera eu tinha lido um relato dos meus amigos cariocas no Rio, que foram no Manuel & Joaquim e usaram comandas individuais feitas por eles mesmos para registrar o que cada um ia bebendo e comendo, para facilitar a divisão no final. Aí veio a conta com 34 chopes, quando eles tinham tomado 26.

Ai, foi mal por criticar o Rio três vezes em um só post. Não gosto de ficar criticando o Brasil. Mas é que sempre que a gente é obrigado a comparar algum detalhe, vemos o quanto o "jeitinho brasileiro" esculhamba o país.

E tem gente que pergunta se dá para morar aqui apesar do frio.

Comentários

Patrique disse…
A maquininha do técnico da TV a cabo me lembrou a máquina de fazer 'ping' do Monty Python.
Gus disse…
Você está colocando meus conhecimentos Monty Pythonianos à prova... vou verificar e retorno.
Gus disse…
Tá explicado agora - é do Meaning of Life. Nunca vi inteiro, é uma falha no meu currículo. Mas é um esquete genial. Bem mandado.

A maquininha do cara da TV a cabo também fazia "Ping" toda vez que você perguntava alguma coisa para ele?

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