Jeff Healey

O pessoal -- sobretudo os americanos -- costuma brincar que o Canadá é responsável por exportar música ruim para o mundo. O supra-sumo seria, é claro, Bryan Adams.

Foi só depois de me mudar para cá que eu descobri que o Jeff Healey é torontoniano. Só esse feito deveria ser suficiente para redimir o Canadá inteiro por todas as vezes que "Heaven" e "Everything I Do" tocaram no rádio, e até mesmo por boa parte da obra da Celine Dion. Pena que quase ninguém conhece o Jeff Healey.

Eu fiquei fascinada por ele na adolescência, quando vi um filme horrendo com o Patrick Swayze em que o Jeff Healey tocava num bar imundo protegido por uma grade para não ser atingido pelas garrafas. Logo comprei um disco dele ("Hell to Pay"). Recentemente comprei outro ("Cover to Cover"). Blues rock de primeira.

Aqui, descobri que ele tem um bar com música ao vivo, onde mantém uma banda permanente e com muitos convidados ligados a rock, blues e jazz. Fiquei morrendo de vontade de ir, mas o tempo foi passando. No fim do ano passado, o site da Jeff Healey's Roadhouse anunciou que ele faria dois shows lá que seriam parte da gravação do próximo CD, juntamente com outros shows na Europa. Eu queria ir, mas de novo surgiram outras coisas, trabalho, etc. Deixei passar, afinal de contas o cara é daqui mesmo, tem seu próprio bar e não vai sair dali tão cedo.

Até que ontem ele morreu.

Fiquei arrasada. Ele estava logo ali e eu perdi a oportunidade de ver um show dele. Mas ainda vou dar um pulo lá na Roadhouse para ver alguma outra banda.

Lendo o obituário, soube que ele era um grande conhecedor de jazz, dono de uma coleção enorme de raridades. Recentemente ele lançou um disco se aventurando no jazz também. Vou conferir.

Ele ficou cego com 1 ano de idade por causa de um câncer raro na retina, cujas metástases o acabaram matando. Ele fez um bom uso da sobrevida de 40 anos.

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