Chick Corea no Massey Hall

É o Gus:

há uns 10 dias, fomos assistir ao show do Chick Corea no Massey Hall, uma tradicional (e antiga) casa de espetáculos aqui de Toronto.

O show foi muito bom. Eu gosto muito do Chick Corea, e tenho ouvido muita coisa desde que comecei a minha fase Jazz (hehehe). Na verdade, é um som bem acessível, mas que faz pontes legais com música latina, o clássico e até o pop. Só não conheço muito a sua fase "elétrica", que é um eufemismo para umas coisas esquisitas (para o meu gosto mediano e conhecimento de orelha) que ele fez nos anos 80. Mas, ninguém é perfeito, e poucos foram os artistas que conseguiram passar incólumes pela década...

A parada aqui em Toronto fez parte de uma mini-turnê que o Chick Corea está fazendo pela América do Norte e Europa, se não me engano. Ele (piano) se apresentou com um trio que contava ainda com o baixista Christian McBride e o baterista Brian Blade. Todos são uns monstros em seus respectivos instrumentos, claro. E o baterista deu um show a parte: realmente tocava bateria, aproveitando diversas maneiras de tirar som do instrumento, incluindo as mãos. A bateria, aliás, muito simples, sem aquela quantidade gigantesca de pratos e caixas que vemos em algumas bandas (principalmente de rock farofa ou heavy metal). E ele não precisava de mais nada para fazer um som incrível.

O Chick Corea também deu seu show, claro. O mais interessante é que, pelo menos no palco, ele parece ser um sujeito muito simples, meio tímido mesmo. Deu o mesmo espaço e tempo para as improvisações dos demais, incentivava, e até tocou composições de McBride e Blade. Bem legal. Com quase 3 horas de duração, foi um showzaço que valeu muito o que pagamos pelas entradas.

O ponto negativo ficou por conta do Massey Hall. O prédio é muito antigo, construído se não me falha a memória em 1894. Mas a última reforma pela qual o lugar passou deve ter sido nos anos 30. As instalações precisam urgentemente de uma renovada. Além disso, durante todo o show vimos tufos de poeira caindo do sistema de ventilação do teto. Um deles caiu na Carol, e era bem grande. Não quero nem pensar na qualidade do ar que estávamos respirando ali dentro.

Tiramos algumas fotos para dar uma idéia de como ele é o seu interior (não deixaram que tirássemos fotos do show). Nada super luxuoso, pelo contrário: austero e funcional. Estávamos na galeria (porque foi o que deu para comprar sem muito remorso), mas ficamos em uma posição bem central.


Essa era a vista que tínhamos do palco:



Enfim, nada chegou a atrapalhar o brilho da noite. Em fevereiro iremos a mais dois shows na mesma série de jazz: um do Wynton Marsalis e a orquestra de Jazz do Lincoln Center, e o outro do Wayne Shorter. Mais monstros sagrados virão por aí...

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