Esquilos e esquilos
Em geral, os esquilos são enxeridos e vivem atrás de comida, mas o medo das pessoas costuma falar mais alto e eles mantêm uma distância segura da gente, ou correm e se camuflam nas árvores se fizermos qualquer movimento brusco.
Mas, sobretudo em parques, há um tipo especial de esquilo evoluído: o esquilo safado.
Outro dia eu fui andando para a estação de metrô, mas decidi cortar caminho por dentro do Taylor Creek Park. Passei por uma trilha "não oficial" entre as árvores, para sair quase atrás do metrô.
À minha frente, na trilha, vi um primeiro esquilo. Quando cheguei perto, ele pulou para os arbustos e ficou meio escondidinho me vendo passar, a uma distância segura.
Andei mais um pouco e vi outro esquilo, que estava fora da trilha. Ele me viu e andou bem para o meio da trilha, de frente para mim. Fui chegando perto e ele ali, bem no meio. Diminuí e fui parando, para que ele não se assustasse. Era o esquilo mais gordo que eu já vi: uma cabecinha e dois micro-bracinhos sobre um corpo que era uma bolota. Parecia que ele tinha engolido uma bola de boliche. Quando eu parei, ele deu uns pulinhos na minha direção. Parou a meio metro de mim e ficou me encarando com aquele olhar de "E aí? O que é que rola?" Eu estendi as mãos e mostrei para ele que não tinha nada nelas. Já fiz isso outras vezes e os esquilos sempre olham para as minhas mãos vazias, olham para a minha cara com aquele olhar de "Se eu conseguisse, fazia uma banana pra você" e saem correndo. Mas este esquilo-bolota, sem a menor cerimônia, deu mais um pulo na minha direção, estendeu os micro-bracinhos e pulou para tentar pegar as minhas mãos. Aí quem se assustou fui eu, e encolhi as mãos para que ele não me arranhasse. Sei lá eu o que se passa na cabeça de roedores evoluídos obesos! Ele ficou lá me olhando, tipo "Vai, tia, inteira uma feijoada pra mim!"
Eu precisei desviar -- isso: eu, desviar -- do esquilo-bolota para continuar andando pela trilha. Tentei não fazer movimentos bruscos e fui olhando para ele. Ele não só não se assustou com nada do que eu fiz, como ainda veio saltitando atrás de mim por uns segundos, talvez na esperança de que eu parasse na loja de conveniência mais próxima para comprar um saco de pipoca para ele.
Fiquei pensando... Se já chegamos nesse ponto, sabe lá do que esses esquilos evoluídos vão ser capazes. Não duvido que em breve eles estejam andando em pequenas quadrilhas para extorquir velhinhas, ou que peçam subsídios ao governo para esquilos obesos discriminados e andem pelo parque catando nozes naqueles carrinhos elétricos.
Mas, sobretudo em parques, há um tipo especial de esquilo evoluído: o esquilo safado.
Outro dia eu fui andando para a estação de metrô, mas decidi cortar caminho por dentro do Taylor Creek Park. Passei por uma trilha "não oficial" entre as árvores, para sair quase atrás do metrô.
À minha frente, na trilha, vi um primeiro esquilo. Quando cheguei perto, ele pulou para os arbustos e ficou meio escondidinho me vendo passar, a uma distância segura.
Andei mais um pouco e vi outro esquilo, que estava fora da trilha. Ele me viu e andou bem para o meio da trilha, de frente para mim. Fui chegando perto e ele ali, bem no meio. Diminuí e fui parando, para que ele não se assustasse. Era o esquilo mais gordo que eu já vi: uma cabecinha e dois micro-bracinhos sobre um corpo que era uma bolota. Parecia que ele tinha engolido uma bola de boliche. Quando eu parei, ele deu uns pulinhos na minha direção. Parou a meio metro de mim e ficou me encarando com aquele olhar de "E aí? O que é que rola?" Eu estendi as mãos e mostrei para ele que não tinha nada nelas. Já fiz isso outras vezes e os esquilos sempre olham para as minhas mãos vazias, olham para a minha cara com aquele olhar de "Se eu conseguisse, fazia uma banana pra você" e saem correndo. Mas este esquilo-bolota, sem a menor cerimônia, deu mais um pulo na minha direção, estendeu os micro-bracinhos e pulou para tentar pegar as minhas mãos. Aí quem se assustou fui eu, e encolhi as mãos para que ele não me arranhasse. Sei lá eu o que se passa na cabeça de roedores evoluídos obesos! Ele ficou lá me olhando, tipo "Vai, tia, inteira uma feijoada pra mim!"
Eu precisei desviar -- isso: eu, desviar -- do esquilo-bolota para continuar andando pela trilha. Tentei não fazer movimentos bruscos e fui olhando para ele. Ele não só não se assustou com nada do que eu fiz, como ainda veio saltitando atrás de mim por uns segundos, talvez na esperança de que eu parasse na loja de conveniência mais próxima para comprar um saco de pipoca para ele.
Fiquei pensando... Se já chegamos nesse ponto, sabe lá do que esses esquilos evoluídos vão ser capazes. Não duvido que em breve eles estejam andando em pequenas quadrilhas para extorquir velhinhas, ou que peçam subsídios ao governo para esquilos obesos discriminados e andem pelo parque catando nozes naqueles carrinhos elétricos.
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