Atualizações culinárias

Este blog acabou ficando meio parado por excesso de trabalho, mas se tem uma coisa que temos feito muito é cozinhar e experimentar receitas novas. O mestre Gatattouille foi ficando cada vez mais versátil e exigente (principalmente exigente, ô bicho rabujento...)

Felizmente, receita não envelhece, então tanto faz se estas são atuais ou não.

Separei três: uma feita no inverno, outra na primavera e outra no verão (ontem mesmo).

Vocês aí que agora mesmo estão congelando sob os inclementes 19 graus do inverno polar brasileiro, aproveitem! Embrulhem-se num cachecol de lã e aqueçam a alma com esta sopa de lentilha e cevada, que nós provamos em um restaurante, desenvolvemos e aprimoramos em casa e fizemos várias vezes.

Começamos com um refogado de cebola, aipo e pimentão...


Acrescentamos tomates e cogumelos, e depois a lentilha e a cevada (pode ser trigo também; na verdade a receita do restaurante era com trigo). Completamos com caldo de legumes e temperos básicos diversos.


No fim, já pronta, um punhado de salsinha, cebolinha e hortelã.


Já no prato, um jorrinho de azeite por cima. Absolutamente deliciosa!


A outra é comida indiana. Já fomos comer em vários restaurantes, tanto indianos quanto bengaleses, paquistaneses e afegãos. E sim, já sabemos até diferenciar o naan típico de cada país (naan é um pão chato, semelhante ao de tantas culturas daquela região).

Diversas vezes fizemos korma. Korma é um molho à base de curry (especiarias diversas, em geral carregado em gengibre, cebola, alho, pimenta e as especiarias tradicionais, como semente de coentro, cúrcuma, etc.). Mas há kormas diferentes, alguns com mais ênfase em tomate, outros com leite de coco e por aí vai. Na hora de cozinhar, misturamos com iogurte. Nós compramos o molho pronto -- há montes de tipos de molhos indianos, de masala a tandoor e diversos kormas, nos mercados aqui perto -- como quem compra molho de tomate na ala italiana do supermercado. Aí basta fazer o que quiser, geralmente cebolas, batatas e frango ou qualquer outra carne, e cozinhar com o molho. É muito simples e já virou quase um quebra-galho cotidiano aqui em casa. Nosso próximo passo é fazermos korma caseiro.

Aqui à esquerda está o Layes fingindo que está cozinhando, uma das vezes que veio filar o nosso korma (ele é nosso consultor para nos dizer se o sabor é como o que ele come lá naqueles lados, mas desconfiamos de que ele sempre diz que sim, está autêntico e maravilhoso e igual ao da minha mãe, não importa a barbeiragem que a gente faça).

Nessa ocasião, experimentamos pela primeira vez fazer palak paneer caseiro. Palak paneer é um dos pratos prediletos do Gus, e é basicamente um creme à base de tomates, repleto de espinafre (palak) picadinho, e com pedacinhos de paneer, que é um queijo meio insosso (quase um tofu) mas que fica bom fritinho e misturado nesses pratos. Seguimos a receita da nossa querida Manjula, nossa fonte de inspiração para pratos indianos, e ficou absolutamente espetacular. Tomates de lata batidos no liquidificador, repletos de especiarias, refogados com espinafre.

Para acompanhar, naan indiano. O Layes consegue comer só com o pão, sem talheres, mas o Gus e eu não desenvolvemos essa habilidade ainda...


Finalmente, estou fazendo uma tentativa, agora bem séria e dedicada, de tomar o gosto pelos pães e afins. Nunca curti ficar amassando farinha e coisa e tal, sempre tive um pouco de medo dessa história de que com um ovo a mais ou a menos, ou com óleo em vez de manteiga, pode sair um pão italiano ou um pastel de feira... Mas eu gosto de comer o resultado, naturalmente, e minha mãe adora fazer essas coisas, então decidi me empolgar com receitas novas.

Ontem foi minha primeira tentativa e, por sorte, foi bem-sucedida. Aqui é muito comum encontrarmos, nos cafés, o tal banana loaf, que é um pão de banana (o Gustavo manda dizer que é bolo de banana, não pão de banana, mas se eu quiser eu continuo chamando de pão).

Então, fiz o tal banana loaf. Bastante manteiga batida com açúcar, 4 ovos, açúcar mascavo, nós moscada, duas bananas amassadas, baunilha e fermento, claro.

A receita que eu peguei é um bolo mármore, então metade da preparação foi misturada a chocolate derretido, à qual eu adicionei pingos de chocolate amargo. A metade clara eu misturei com uns pedacinhos de nozes pecan, porque deu na telha.

Estou com preguiça de copiar a receita detalhada, então fiquem aí babando.

O bolinho, recém-saído do forno:


E o que restou na manhã seguinte:


Confesso que achei bem chato e inútil o lance do mármore. É mais mistura, mais vasilha para lavar. O chocolate derretido quase não deu gosto na massa -- mas os chips de chocolate amargo sim, deram um saborzinho ótimo! Então, da próxima vez, vai ser uma massa só, com os pinguinhos de chocolate misturados.

E agora mesmo estou com um briochão (massa de brioche, em formato de pão) crescendo no forno. Depois conto mais sobre minhas experiências padarísticas.

Comentários

Patrique disse…
19 graus? ONDE???????

Me fala que eu tô indo pra lá agora!!!!!
carladuc disse…
Adorei a receita da sopa de ervilhas. Anotada!

Gostei da dica do site de receitas indianas. Também já tá anotado.

E é curioso esse lance deles chamarem alguns bolos de pão. Aqui é a mesma coisa. Eu preparei um bolo de um livro holandês que chamava a receita de pão. Mas, pra nós brazucas, é um bolo. É o de banana, tâmaras e mel. Uma delícia, mas é esse lance entre pão e bolo. hehehe (http://www.entrepanelas.net/2009/08/28/bolo-de-banana-com-tamaras-e-mel/)

Obrigada por compartilhar essas dicas! Adorei! :)

Abraços,
Gus disse…
Oi Carla,

gostamos muito do site da Manjula. Volta e meia nos surpreendemos com o quanto há em comum entre o Brasil e a Índia, mesmo com todas as diferenças: ingrediantes, frutas, temperos... o mais interessante é que o modo de preparar das coisas é sempre muito diferente, mas a base é semelhante. Os portugueses devem ter trazido muita coisa da Índia para o Brasil.

Ah, e é bolo. Tem formato de bolo, gosto de bolo... só pode ser bolo!

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